Poemeto no balcão
A garota do adeus
(luiz alfredo motta fontana)
Um dia
lhe entregou o adeus...
Delicado, leve,
em tons de azul,
com retoques em prata.
Feito da mais pura solidão,
torneado a fogo,
com o brilho transparente da angústia.
A textura flexível,
de quem enfim compreendera...
Ela aceitou,
insistira tanto por ele.
Embrulhou num sorrir,
guardou na própria tristeza,
ao lado do velho desistir...
Até hoje, nas tardes,
e prenúncios da noite,
ela brinca
com o adeus,
sempre a mão.
Nunca mais só
a garota do adeus
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