Hoje o dia é todo Alfredo
Na mesa desse bar ele nunca deixou a solidão triunfar.
A sua ausência, desde aquela noite de outubro de 1965, quando difícil era compreender, quando impossível era expressar, quando eu apenas iniciava o conhecer, com o tempo, de forma sutíl, foi trocada pela memória e diálogos só possíveis com quem lhe é intimo.
Alfredo, de quem herdei o olhar de Fontana.
Alfredo que me apresentou Beethoven, Mozart, Schubert, Chopin, Brahms, Ravel, Bizet, entre tantos outros.
Alfredo que dedicava horas a ouvir Verdi, Puccini, com os librettos de Tosca, Cavalleria Rusticana, Madame Butterfly, todas, em conjunto com outras, acondicionadas em estojos de couro.
Alfredo que se emocionava com as árias entoadas por Giuseppe Di Stefano, mas também se comovia com a voz de Nat King Cole, com a paixão de Amália Rodrigues, que deixava os olhos acompanharem a dança de Valsas tão Vienenses quanto doces.
Esse Alfredo que me entregou o prazer da leitura, que estimulou meu sonhar, esse Alfredo que pressentia a poesia no ar, no detalhe, no trivial, na vida.
O Alfredo que já no imaginário, acompanhou o meu descobrir Bach, Vivaldi, Corelli, que incentivou minha admiração pelo Jazz, Blues, Sinatra, e outras vozes. Que fez companhia no deslumbramento de sorver a Bossa Nova, de beber Tom, o Jobim, que partiu num desses 8 de dezembro, de ouvir Lennon, outro que partiu no mesmo dezembro e dia 8.
O Alfredo Fontana, nascido em 8 de dezembro de 1905.
Que cresceu em São Carlos.
Fez-se homem em São Paulo.
Encantou minha mãe, a Luiza, que também era Motta, em Santa Adélia e São João de Ariranha, hoje só Ariranha.
Que foi juiz de paz em Herculândia.
Cafeicultor e apaixonado por gado Gir, o das orelhas e barbelas.
Esse Alfredo, que sobretudo foi, e ainda o é, amigo, parceiro, e pai.
A quem, não dedico posto que ainda não terminado, mas a quem entrego esse poemeto:
8 de dezembro
nesse dia nascia
o alfredo fontana, que me assoprou
num 20 de outubro se foi
e era só 1.965
nesse dia, "Imagine" sem "Tom"
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Publicado originalmente no Blogbar do Fontana em 08 de dezembro de 2008
A sua ausência, desde aquela noite de outubro de 1965, quando difícil era compreender, quando impossível era expressar, quando eu apenas iniciava o conhecer, com o tempo, de forma sutíl, foi trocada pela memória e diálogos só possíveis com quem lhe é intimo.
Alfredo, de quem herdei o olhar de Fontana.
Alfredo que me apresentou Beethoven, Mozart, Schubert, Chopin, Brahms, Ravel, Bizet, entre tantos outros.
Alfredo que dedicava horas a ouvir Verdi, Puccini, com os librettos de Tosca, Cavalleria Rusticana, Madame Butterfly, todas, em conjunto com outras, acondicionadas em estojos de couro.
Alfredo que se emocionava com as árias entoadas por Giuseppe Di Stefano, mas também se comovia com a voz de Nat King Cole, com a paixão de Amália Rodrigues, que deixava os olhos acompanharem a dança de Valsas tão Vienenses quanto doces.
Esse Alfredo que me entregou o prazer da leitura, que estimulou meu sonhar, esse Alfredo que pressentia a poesia no ar, no detalhe, no trivial, na vida.
O Alfredo que já no imaginário, acompanhou o meu descobrir Bach, Vivaldi, Corelli, que incentivou minha admiração pelo Jazz, Blues, Sinatra, e outras vozes. Que fez companhia no deslumbramento de sorver a Bossa Nova, de beber Tom, o Jobim, que partiu num desses 8 de dezembro, de ouvir Lennon, outro que partiu no mesmo dezembro e dia 8.
O Alfredo Fontana, nascido em 8 de dezembro de 1905.
Que cresceu em São Carlos.
Fez-se homem em São Paulo.
Encantou minha mãe, a Luiza, que também era Motta, em Santa Adélia e São João de Ariranha, hoje só Ariranha.
Que foi juiz de paz em Herculândia.
Cafeicultor e apaixonado por gado Gir, o das orelhas e barbelas.
Esse Alfredo, que sobretudo foi, e ainda o é, amigo, parceiro, e pai.
A quem, não dedico posto que ainda não terminado, mas a quem entrego esse poemeto:
8 de dezembro
nesse dia nascia
o alfredo fontana, que me assoprou
num 20 de outubro se foi
e era só 1.965
nesse dia, "Imagine" sem "Tom"
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Publicado originalmente no Blogbar do Fontana em 08 de dezembro de 2008
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