segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Poemeto no balcão




A Heresia




(luiz alfredo motta fontana)













Todos o admiravam

Todos o elogiavam

mesmo os que o odiavam

Todos assistiam sua tragédia

anunciada

Os fortes,

mesmos que tolos,

sabem quando

e como sairem de cena

Que fibra!




Assim deveria ser

Mais um caso,

Mais um exemplo!

Todos concordavam




Menos aquela moça

A famosa quem?

Porque resolvera improvisar?

quem a convidou?

no mínimo interessada

no máximo oportunista




Adiou-se pois

o final devido

Ela,

de forma víl, o acolhera

Restaram as críticas

soberbas críticas

Afinal

Mudança de roteiro

traduz

péssimo gosto

Artifício inaceitável

Imperdoável.




As carpideiras ensaiadas

As matracas azeitadas.

Heresia!

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